2 abril 2018

O Dia Mundial da Consciencialização do Autismo foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas, em 2007, e comemora-se anualmente a 2 de abril. Esta perturbação do neurodesenvolvimento afeta milhões de crianças e jovens em todo o mundo. Todas as crianças com Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) são diferentes, tendo na sua maioria problemas nas aptidões comunicativas, comportamentais e sociais, que, no entanto, podem manifestar-se de forma distinta. Na generalidade, apresentam comportamentos, interesses, atividades e imaginação restritos e repetitivos, que em simultâneo com as restantes dificuldades, podem causar problemas ligeiros, moderados ou severos.

Trata-se de uma patologia neurodesenvolvimental de base biológica com elevada hereditariedade e com genética complexa, uma vez que existe uma grande variabilidade fenotípica, pelo que o seu diagnóstico é clínico e efetuado com o envolvimento de diversos profissionais especializados.

A realização precoce deste diagnóstico e a intervenção atempada nas competências alteradas de acordo com o nível de gravidade e perfil individual mostram progressos significativos. É por isso fulcral a avaliação e intervenção por uma equipa transdisciplinar, incluindo o Terapeuta da Fala, que desempenha um papel muito importante no tratamento desta população. Intervém ao nível das competências comunicativas, verbais e não-verbais, e na capacidade de compreensão e expressão da linguagem oral destas crianças e jovens. Além disso, pode ajudar nas alterações alimentares, que frequentemente surgem decorrentes da seletividade alimentar e sensibilidade sensorial que são comuns nesta população. A intervenção deve sempre promover a participação da família e da escola, procurando fomentar uma comunicação funcional e aptidões sociais nestas crianças e jovens, assim como melhorar a sua qualidade de vida e dos seus familiares.

 

Fontes: American Speech-Language-Hearing Association (ASHA), Austism Speaks, Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA), Federação Portuguesa de Austimo (FPDE) e American Psychiatric Association (APA).